Pé na Terra

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quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Síntese de notícias do dia 20

Juros – Elevação da Selic pelo Banco Central dá manchete a Globo e Estado e é destaque nos demais. Globo, “BC de Dilma aumenta juros para conter inflação de Lula”; Estado, “BC de Dilma aumenta juros na 1ª reunião e indica novas altas”. Globo informa que na primeira reunião do Comitê de Política Monetária do governo Dilma, “o Banco Central elevou os juros de 10,75% para 11,25%, a maior taxa dos últimos dois anos, numa tentativa de conter a inflação herdada da Era Lula”. Diz que o mercado já prevê que o aumento de preços em 2011 será de 5,42%, distante do centro da meta oficial de inflação, de 4,5%. “A decisão unânime do BC foi seguida de um aviso de que estava sendo iniciado um ciclo de alta de juros no Brasil, país com a maior taxa do mundo”. Globo a nota que, segundo economistas, o governo deveria fazer um corte maior nos gastos, para evitar juros mais altos. Estado acrescenta que o aumento da Selic foi acertado com Dilma, que se convenceu de que este é o momento para conter os preços. Afirma também que, para o mercado, “a medida terá pouco impacto nas operações de crédito, que já praticam juros mais altos”. Folha segue o lide, com “Pressão inflacionária faz BC de Dilma estrear com alta de juro”, e Correio, com “Começou o arrocho”. Valor traz título objetivo, “Copom eleva taxa de juro em 0,5 ponto, para 11,25%”. Brasil Econômico diz que “Governo Dilma começa com alta de juros”. Internamente, Folha diz que executivos esperam elevação de 0,75 ponto na Selic, o que seria visto como “demonstração de força do BC no combate à inflação”.

Chuvas/crianças desalojadas – Juros tiram do alto das capas a tragédia do Rio. Foco da cobertura se dilui. Estado noticia que “Tragédia deixa 3 mil crianças sem casa em Teresópolis”. Segundo relato, a chuva tirou 2.982 crianças e adolescentes de suas casas em Teresópolis. Segundo garantiu o juiz da 2ª Vara de Família, José Ricardo Ferreira de Aguiar, à ministra Maria do Rosário, da Secretaria de Direitos Humanos, que visitou a cidade ontem, “todas estão com algum parente”. A maioria foi para a casa de amigos ou para abrigos e está com pelo menos um dos pais. Jornal anota que, para a ministra, não é o caso de pensar em uma política de adoção, pois as crianças devem ser cuidadas pelas famílias. Estado informa que não há dados finais das outras cidades atingidas pelas chuvas na região serrana do Rio. Prefeitos/puniçãoGlobo informa na capa que “Governo quer lei para punir prefeitos”. Informa que, diante das 741 mortes na Região Serrana do Rio, o governo federal decidiu que vai mexer na legislação sobre uso e ocupação do solo urbano para punir agentes públicos que não impedem construções em áreas de risco. Segundo o vice-presidente Michel Temer, que coordena os estudos, está afastado o corte de repasses da União para os municípios que não reprimem invasões de encostas, mas procura-se "uma fórmula que responsabilize aqueles que sejam responsáveis sem impor penalidade ao povo municipal". Já o município que cumprir metas terá o auxílio mais efetivo da União para realizar obras nas localidades onde há risco. A prefeitura de Petrópolis deixou de renovar um contrato, desativando 19 estações meteorológicas, meses antes da tragédia. Militares/mapeamentoFolha noticia que “Militares devem ajudar a mapear as áreas de risco”. Notícia é que um mutirão para mapear áreas de risco de desastres naturais, com a participação até das Forças Armadas, está no centro da proposta de um Sistema Nacional de Alerta e Prevenção de Desastres Naturais que será debatida hoje em reunião na Casa Civil. Esse tipo de mapeamento só existe hoje para algumas áreas, como a região metropolitana de São Paulo e da cidade de Campos do Jordão, estudadas pelo IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), e a cidade do Rio, pela Fundação Geo-Rio. Código Florestal – Brasil Econômico entra no assunto sob o enfoque de que “Tragédia no Rio de Janeiro acirra disputas sobre o Código Florestal”. Relata que ruralistas e ambientalistas trocam acusações no momento em que o projeto está pronto para ser votado na Câmara. Sobre o mesmo ponto, em outra chamada de capa, Folha informa que “Ministério estuda como mudar Código Florestal”. Jornal relata que o Ministério do Meio Ambiente elabora texto alternativo do Código Florestal para minimizar riscos de tragédias nas áreas urbanas. Diz que o documento aprovado pela Câmara permite ocupação em locais similares ao da região serrana do Rio. Jornal havia entrado neste assunto na edição de domingo. Folha traz na capa o balanço da Defesa Civil do Estado do Rio, que aponta 741 mortos, 207 desaparecidos e mais de 23 mil desalojados e desabrigados até a noite de ontem. Internamente, Estado registra avaliação do Inea: “Chuva como no Rio, só a cada 350 anos”. Cobertura dos jornais também se volta para histórias de dramas pessoais.

Enem/Haddad – Estado informa na capa que “MEC pode criar órgão exclusivo para o Enem”. Afirma que a nova presidenta do Inep, órgão do MEC responsável pelo Enem, não descarta a criação de uma nova entidade somente para administrar a exame. “O Enem é muito abrangente", disse Malvina Tuttman, em entrevista ao jornal. Estado afirma que “estudantes continuam manifestando revolta com os problemas do sistema que usa a nota do Enem para seleção em universidades”. Globo alfineta o ministro Fernando Haddad e noticia na capa que ele “tira férias em meio à confusão”. Afirma que “nem os problemas dos últimos dias no Sisu, o sistema de inscrições para as universidades públicas, fizeram o ministro da Educação desistir de sair em férias sábado. O máximo que ele fez foi adiar o descanso por 48 horas. As férias vão coincidir com a divulgação dos resultados do Sisu”. Internamente, Folha noticia que “Justiça deixa aluna ver correção de Enem” e diz que estudante teve redação “zerada”. Globo também registra o fato.

Caixa/repasses – Valor, em manchete, diz que “Governo quer tirar da Caixa exclusividade em repasses”. Relata que o governo pretende retirar da Caixa Econômica Federal “o monopólio da gestão dos contratos de repasse firmados entre os ministérios e os municípios, que somam hoje uma carteira de projetos superior a R$ 20 bilhões”. A maior parte desses recursos é proveniente de emendas parlamentares direcionadas aos ministérios, que, por sua vez, delegam seu gerenciamento ao banco estatal. Segundo o jornal, tal triangulação se transformou em foco de tensão entre deputados e senadores, prefeitos e o banco. Os parlamentares atribuem a este a responsabilidade pelo atraso das obras em suas bases eleitorais. Acusam a Caixa de "burocracia e desorganização”. Segundo o jornal, o ministro das Cidades, Mário Negromonte, estuda estender ao Banco do Brasil e ao Banco do Nordeste atuação na área.

Câmara/Presidência – Correio afirma na capa que “Eleição de Maia corre riscos”. Segundo o jornal, o deputado do PT-RS conta com 300 votos para a Presidência da Câmara, mas sofre resistência no próprio partido.  Informa ainda que Sandro Mabel (PR-GO) segue na disputa. A tarefa do deputado petista nos próximos 10 dias, segundo o Correio, será contornar a divisão interna no PT, por conta da disputa pela liderança do governo, e a insatisfação de setores localizados de parlamentares, como “o cabo de guerra” entre as bancadas empresarial e sindical em torno do salário mínimo. Acrescenta que a relação entre PMDB e PT, “embora tenha se acalmado”, também é tida como ameaça. Internamente, Globo afirma que Maia tem apoio de nove partidos.

Caças/adiamento – Folha informa na capa que “Presidente vai deixar compra de caças para o ano que vem”. Notícia é que a presidenta Dilma definiu que a compra dos novos caças da Força Aérea Brasileira pode ser decidida no fim deste ano, mas qualquer gasto só vai ser feito a partir de 2012. Segundo o jornal, ela está em dúvida sobre a melhor opção. Folha afirma ainda que o governo também avalia que a situação fiscal e a tragédia no Rio tornam mais prudente adiar o negócio.

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